O CERRADO NO JORNAL10
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A memória viva do cerrado em Uberlândia
Carlos Franco (reportagem publicada no Jornal10 em 27 de agosto de 2021)
Uberlândia surgiu e cresceu no centro do cerrado, mas a densidade populacional e os sucessivos desmatamentos foram colocando fim à fauna e a flora, hoje remanescente em pouquíssimos lugares, entre os quais um museu vivo, o Parque Victório Siquieroli que em seus modestos 232 mil metros quadrados do que antes foi cerrado a perder de vista, abriga o Museu da Biodiversidade do Cerrado, onde ainda é possível encontrar espécies vivas da flora e alguns poucos exemplares da fauna.
O museu é fruto da determinação da família Siquieroli em deixar um legado à cidade que os acolheu e onde se tornaram referência em metalurgia, produzindo facões, enxadas e toda a sorte de produtos resultantes da fundição dos metais, como o ferro. Por esta atividade, o local era conhecido como “Chácara Metálica” e atraia compradores de toda a região e dos estados vizinhos, como Goiás, São Paulo e até o Mato Grosso.
Victório Siquieroli nasceu em 1910 na cidade de Conquista, na proximidade de Uberaba, e chegou a Uberlândia quando tinha 12 anos e havia perdido os pais, começando a trabalhar desde cedo e se dedicando ao ofício de ferreiro tendo um irmão como parceiro do negócio. Foi de sua mulher, Anália Resende Siquieroli, que teve a ideia de doar suas terras para a construção de um parque municipal.
O espaço hoje, além do Museu da Biodiversidade do Cerrado, abriga árvores e animais, legados para uma cidade que avançou e reduziu a pó a sua rica vegetação. Situado nas proximidades da Cidade Industrial, o Parque Victorio Siquieroli é um convite para um passeio de fim de semana naquilo que foi o bioma onde Uberlândia, que está completando 133 anos de emancipação no próximo dia 31 de agosto, foi no passado. Um passado tão rico quanto o futuro que começa a desenhar e que passa, inegavelmente, pela preservação do passado para que futuras gerações possam ter testemunho do mundo no qual se inserem. O parque fica aberto até o fim da tarde (17h30) e a visita é sempre imperdível.
O paraíso das mudas
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