O FUTURO RODA DE BICICLETA NO JORNAL10
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Carlos Franco (reportagem publicada no Jornal10 em 27 de outubro de 2021)

As bicicletas estão ganhando espaço no mundo e também no Brasil. Não é só pela questão climática, que está assustando os habitantes do planeta, ou pelo preço dos combustíveis, que subiram mais de 50% de maio do ano passado até esta semana no país, bem como pela poluição atmosférica, mas também por uma questão de saúde e qualidade de vida.

Por isso, cada vez mais as cidades estão abrindo espaço para as “magrelas” ocuparem com segurança as ruas. Cidades como Nova York, Paris, Barcelona lideram a corrida por criar ciclofaixas tanto para o lazer como para o transporte até o trabalho em suas principais vias. Em Uberlândia, o movimento ainda é incipiente e andar de bicicletas em vias como as avenidas Afonso Pena, Floriano Peixoto, João Pinheiro e Cesário Alvim representa enorme risco, mas, em breve, a tendência seguindo o que ocorre no mundo é que as bicicletas consigam conquistar faixas exclusivas.

As fabricantes de bicicletas instaladas no Polo Industrial de Manaus – PIM, por exemplo, produziram 83.766 unidades em setembro e alcançaram o melhor resultado do ano.  De acordo com dados da Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares – Abraciclo, o volume é 15,9% superior às 72.293 unidades que saíram das linhas de montagem em agosto deste ano, ainda que houvesse queda de 6,1% (89.209 bicicletas) em relação ao mesmo mês do ano anterior, neste caso em decorrência da alta do dólar com impacto nas importações de peças e equipamentos, principalmente de origem chinesa.

A Abraciclo aponta, no entanto, que já foram produzidas este ano até setembro 586.536 bicicletas, uma alta de 26,4% na comparação com o mesmo período de 2020 (463.894 unidades).

Para o vice-presidente do segmento de bicicletas da Abraciclo, Cyro Gazola, os bons números reforçam a expectativa do setor em produzir 850 mil unidades este ano. “Apesar de ainda estarmos fortemente impactados pela falta de insumos, os resultados comprovam o esforço das fabricantes em atender ao consumidor que quer adquirir uma bicicleta”, diz. “O brasileiro redescobriu a bicicleta. Hoje vemos muitas famílias retomarem o hábito do pedal. Há ainda aqueles que a usam para deslocamentos urbanos e como instrumento de trabalho”, afirma.

Além das bicicletas convencionais, as elétricas estão conquistando terreno em todo o mundo e as grandes montadoras, como Audi, BMW, VW e Ford estão atentas ao segmento, com uma disputa acirrada de modelos com baterias que consigam garantir grandes percursos e agregam também em velocidade. Essas montadoras estão convencidas de que muito em breve seus carros integrarão o acervo de museus.

O fato de Nova York, uma cidade inspiradora para o mundo, ter aberto ciclofaixas nas suas principais vias como a Quinta Avenida e a Madison, tem levado várias cidades a tomar medidas de ampliação de espaço para as magrelas e países europeus já abrem faixas exclusivas intermunicipais.

Mas não são apenas as elétricas ultra sofisticadas que estão ganhando terreno, mas também as inovadoras e ecologicamente montadas como as de bambu, que estão permitindo o acesso à famílias de baixa renda, ganham o mundo, inclusive têm espaço no Brasil.

Novos tempos exigem um comportamento mais inovador e em sintonia com o meio ambiente que nos rodeia e os recursos reais de que dispomos. Hora de pedalar.

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